Antropoceno rural – nanquim sobre papel / Dimensões: 29,7 x 126 cm / Ano: 2022 / Valor: R$ 1.500,00

O desenho faz parte  da série “Mono Paisagem”, da qual nasceram (no meio de uma produção de pinturas) fruto da reflexão sobre a ocupação do agronegócio no Pampa Gaúcho, geografia que me encanta pela vastidão do horizonte de 360 graus que sempre encontra o céu e parece achatar a atmosfera. Um lugar especial, onde “lugar” e “presença física” são ressignificados. Em viagens recentes a este território meu encantamento pelo relevo se deparou com o redesenho da paisagem pelo agronegócio. Duas vastidões visíveis, o pampa e as monoculturas. A interface “meio” e “ser” me instiga criativamente. O desenho aqui apresentado se constrói com um único traço a perder de vista. O horizonte é vasto e monótono, é previsível, exaurindo outras possibilidades. O desenho se torna repetitivo e sintético, assim como a paisagem dominada pela monocultura. A intenção desta série é direcionar o olho do espectador sobre esta perspectiva esmagadora da paisagem criada pela monocultura, para instigar nossa relação com o meio e sua diversidade, sendo está a grande potência criativa da vida, o que possibilita o espaço ser vívido e vivido. Porem as monoculturas desprezam o diverso, e assim enfraquecem e matam a terra, e seu legado pode ser o pampa deserto que já se manifesta em regiões do estado que apresentam início de processos de arenização e desertificação.[1]

[1] Texto sob responsabilidade do artista