ANDRÉ VIEIRA

Depois do Futuro, Videoarte / Duração do vídeo: 1' / Ano: 2021

Depois do Futuro, Videoarte / Duração do vídeo: 1′ / Ano: 2021

Depois do Futuro

Com a intenção de entrelaçar os conceitos de tempo e de espaço, a videoarte Depois do Futuro foi produzida a partir de uma série de seis fotografias retiradas de uma coleção de 191 slides encontrados. Trata-se de um pequeno filme de aproximadamente um minuto, onde as fotografias feitas no ano de 1981, em uma estação de trem da cidade de Hildesheim, na Alemanha, foram ordenadas de forma que as imagens e a narração sobreposta de dois textos ficcionais, convergissem em um sistema de fusão espaço-temporal. O primeiro texto foi escrito a partir das informações visuais presentes nas fotografias apropriadas de quarenta anos atrás, e o segundo texto foi escrito com base na imaginação daquilo que poderia ser o futuro do tempo passado, ou seja, o presente. O elemento tempo é complexo e nos faz pensar em cada uma dessas imagens, desses fragmentos de passado, poderiam ser estruturados dentro de um espaço. Imaginar cenas de um momento em outro, e reconhecê-las como um ponto de encontro entre o antes e o agora, não significa somente acreditar que o presente esteja esclarecendo o passado, ou que o passado esteja esclarecendo o presente. Mas entender que essa relação entre ambos nada mais é do que a pura intervenção da memória, memória que é um produto temporal. é no espaço compreendido entre esses dois tempos que podemos pensar o que poderia ser o futuro, porque o futuro não é apenas uma dimensão do tempo, mas também uma dimensão do espaço. Futuro são os espaços que não conhecemos ainda e que precisamos descobrir, explorar.

No filme Depois do Futuro, o espaço não é apenas um lugar, mas sim um ponto de encontro com pontos de vista diferentes. O mesmo lugar – a estação de trem – em tempos diferentes ou ocupados por pessoas diversas, tem um significado diferente também. O movimento gerado pela transição de imagens estáticas, acompanhado de uma narração inquieta e interseccionada, impossibilita o expectador de se localizar em um único tempo ou espaço específico. Assim como  o tempo, o espaço neste trabalho, torna-se virtual e tem uma simultaneidade de trajetórias múltiplas, sendo possível estar em espaços e tempos separados por quatro décadas.[1]


[1] Texto sob responsabilidade do artista. Obra não disponível para venda.