URSULA JAHN

Meter a Colher. Still de videoarte, 2023

Meter a Colher, 2023 – Still de videoarte

MENÇÃO HONROSA
Meter a Colher – 2023
Um dos ditados populares brasileiros diz que em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher, sugerindo que ninguém se envolva nos problemas conjugais e familiares, ainda que sejam graves e frequentes. O Brasil é o 5o país em mortes violentas por razões de gênero: o feminicídio. Em 2022, o país teve o maior número já registrado de feminicídios. Foram 1.437 vítimas. Até o primeiro semestre de 2023, o país registrou 1.153 feminicídios, um aumento de 6% em relação ao ano passado.
Declaração Universal dos Direitos Humanos. Artigo 3°, 15x21 cmMeter a Colher é uma instalação que mergulha nas profundezas do feminicídio, utilizando a metáfora de “meter a colher” como um chamado à ação e uma denúncia artística da violência de gênero. O cerne da videoarte é marcado pelo movimento simbólico de “meter a colher” em cena. Este gesto representa a coragem de intervir, de se envolver ativamente na luta contra o feminicídio.
Meter a Colher. Fotografia tecido exfordine 200x180 cm, 2023

Meter a Colher, 2023 – Fotografia tecido exfordine 200×180 cm

A obra é uma exploração visual e emocional que busca estimular a conscientização sobre a importância de interromper esse ciclo de violência.
Ao final do vídeo, os espectadores são convidados a refletir sobre seu papel na desconstrução do silêncio em torno do feminicídio. Que esta obra seja um catalisador para conversas difíceis, para a conscientização e, acima de tudo, para a transformação de uma sociedade onde “meter a colher” seja não apenas um gesto simbólico, mas uma prática diária em prol da igualdade e do respeito. [1]
[1] Texto sob responsabilidade da artista.