Trata-se de uma obra da série de pinturas realizadas em acrílico e óleo sobre lona. Partindo de imagens coletadas na internet desenvolveu-se estudos iniciais em papel canson A3. Versões destes primeiros estudos foram criadas com o aumento da escala em tamanhos variados acima de 80 x 60cm em papel craft. Em seguida, realizou-se a captura de vídeos in loco de pessoas caminhando por ruas em um ambiente urbano. Após, com auxílio do computador, selecionou-se um frame do vídeo no qual uma pessoa qualquer, em vista frontal, se encontra no momento da execução de um passo em sua caminhada. Este frame ampliado gera uma imagem em baixa resolução e desfocada. Com esse material criou-se um livro de artista composto já por alguns dos primeiros Errantes. Por fim, no ateliê de pintura construiu-se um diálogo pictóricos entre a pessoa caminhando, o vídeo congelado com a imagem borrada de um caminhar, o livro de artista, pinturas em escala reduzida de 30 x 20cm, assim como a série em escala natural de Errantes aqui apresentada. O resultado é um Ente pictórico apartado da multidão na ação de um passo à sua frente, em um espaço abstrato de uma Deriva e, que, frequentemente, carrega algo como uma bolsa, sacola, mochila, celular ou algum outro pertence consigo. Inevitavelmente ele nos questiona de onde veio e para onde vai? Por conseguinte, em uma reflexão por espelhamento nos indagamos: para onde vamos?
Certa feita, o jornalista Paul Salopek afirmou que, “andar é cair para frente. Cada passo é uma queda interrompida, um colapso evitado, um desastre contido. Por isso, o ato de andar é também um ato de fé. Um milagre em dois tempos – um ritmo binário, com um momento de contenção e outro de libertação”. Errante como aquele que erra, que vagueia, que se espalha em várias direções, dissipa-se vagabundo, operário, consumista, solitário e nômade
[1] Texto sob responsabilidade do artista
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