Julietta Battistioli nasceu em Palmares do Sul/RS, em 13 de janeiro de 1907, filha de Thomé Silveira Ramos e Delfina Silveira Ramos, ambos trabalhadores rurais. Faleceu em 26 de novembro de 1996, aos 89 anos.
Ainda pequena, veio com a família para Porto Alegre, tornando-se operária nas indústrias têxteis aos 13 anos, fato que a levou a abandonar os estudos. Em 1926 casou-se com Fortunato Battistioli e, juntos, abraçaram a causa comunista, filiados ao Partido Comunista do Brasil – PCB. [1]
Foi eleita vereadora suplente para a I Legislatura da Câmara, período de 1947 a 1951, pela legenda do Partido Social Progressista – PSP –, devido a ilegalidade do PCB. Tomou posse em 11 de fevereiro de 1948, tendo assumido a vereança por oito ocasiões, em substituição aos vereadores Elói Martins e Marino dos Santos. Tornou-se a primeira mulher a exercer a vereança em Porto Alegre.
A militância ligada ao PCB ocasionou sua prisão em 1961, durante a Campanha da Legalidade, tendo sido levada, primeiramente, ao Departamento de Ordem Política e Social – DOPS – e, em seguida, ao Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier. Após 1964, distanciou-se da política. [2]
Em dezembro de 1987, Julieta recebeu o Título de Cidadã Emérita de Porto Alegre concedido pela Câmara.
Em 2007, a ex-parlamentar foi homenageada com a exposição Centenário de Julieta Battistioli (1907-2007) [3], retratando sua vida e seu trabalho. A organização do evento foi realizada pela Seção de Memorial, estando, também sob sua guarda, o acervo da ex-vereadora doado pela família em 2017. Ainda, em 13 de setembro 2007, por meio da Resolução nº 2.070, foi criada a Escola do Legislativo Julieta Batisttioli, homenagem da Câmara Municipal de Porto Alegre a sua primeira vereadora.
No ano de 2008, foi lançado o livro Adorável Camarada: Memórias de Julieta Battistioli. Organizada por Francisco Carvalho Júnior e Eliane Rosa Garcia, pesquisadores do Laboratório de História Oral – LHO, do Núcleo de Pesquisa em História – NPH da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, em parceria com o Memorial da Câmara, a obra apresenta a entrevista concedida por Julieta, em maio de 1990, a Carvalho Júnior e Maria Luiza Martini, também do NPH, que desenvolveram um trabalho de pesquisa sobre os antigos militantes do PCB. [4]
[1] Dicionário mulheres do Brasil: De 1500 até a atualidade (2000, p. 307)
[2] Acervo Memorial CMPA
[3] http://camarapoa.rs.gov.br/noticias/camara-abre-festejos-do-centenario-de-julieta-battistioli
[4] https://www.camarapoa.rs.gov.br/noticias/livro-homenageia-primeira-vereadora-de-porto-alegre