Esqueletão – 2023
Realizo pinturas em grandes dimensões, cujas referências são as ruínas e as demolições encontradas pelas ruas de Porto Alegre. As caliças presentes nesses cenários ou as paredes desgastadas pelas intempéries apontam para uma visão pictórica do conjunto de materiais desordenados pelo espaço, e isso me provoca a pintar. Como ponto de partida, experimento possibilidades na utilização de materiais pouco tradicionais dentro da pintura, como a tinta esmalte sintética e o compensado cola branca (tapume). Desse modo, novas questões compositivas começam a aparecer em minha poética, tais como a interferência no suporte na pintura e o surgimento de relevos que interferem no resultado final da imagem, além da construção de um espaço ora perspectivo, ora planar. Assim sendo, meus trabalhos tendem a trazer o suporte como meio ativo da pintura, retirando o propósito retangular da tela, para sair da parede e dialogar com o espaço real do ambiente. [1]
[1] Texto sob responsabilidade da artista.