Sinopse
As águas, como seres vivos, possuem as marcas clânicas do Povo Kaingang. É na complementação entre as marcas redondas e compridas, referentes às metades clânicas Kame e Kainhru, que o mundo pode ficar em equilíbrio. “Água redonda e comprida” estreia em cena Nayane Gakre, pré-adolescente do Povo Kaingang, e Geórgia Macedo, bailarina contemporânea, através de um mergulho no universo das águas desde a cosmovisão do Povo Kaingang.
Descrição do projeto
A parceria entre Geórgia, Iracema, Angélica e Gakre iniciou em 2015 e, nesse projeto, buscam descolonizar os conhecimentos sobre as águas, demarcar os palcos como local de fortalecimento da cultura Kaingang e provocar os imaginários projetados sobre os povos indígenas. As águas, como seres vivos, possuem as marcas clânicas do Povo Kaingang. As goj tej, que são as águas compridas, são aqueles que correm, formam os rios e pertencem à metade Kame. Sua força vem das goj ror, que são as nascentes, as águas redondas, as águas que brotam. O espetáculo mergulha neste universo, criando imagens coreográficas fluidas, redondas e compridas. Trazendo, em narrativas de movimento, a força e leveza das goj tej (águas compridas) e das goj ror (águas redondas). A criação deste espetáculo foi contemplado no edital (Re)-Volta da Dança 2022 – do Instituto Goethe e o Centro Municipal de Dança de POA. Recebeu três indicações ao Prêmio Açorianos de Dança de 2022, incluindo Melhor Espetáculo e Intérprete Destaque para Nayane Grake, e venceu na categoria Destaque Técnico-Artístico, pela orientação cênica. Participou recentemente da 29 edição do Porto Alegre em cena, em março de 2023.